Atriz global revela como trata a filha em relação ao uso de telas e à internet 2u642u

Segunda edição de evento do Todas Elas debateu maternidade e o mundo digital com o tema “O desafio de ser mãe entre toques e cliques” 483a6r

Por - atualizado em 15/05/2025 as 11:20

Texto Gabriela Maia

Ser mãe não é uma tarefa fácil. Para muitas mulheres, saber como tratar a relação dos filhos com o mundo digital é um desafio. Essa e outras questões relacionadas à maternidade foram debatidas, nesta quarta-feira (14), em mais uma edição da Roda de Conversa, promovida pelo Todas Elas, desta vez com o tema “O desafio de ser mãe entre toques e cliques”.

O bate-papo, realizado na sede da Rede Gazeta, contou com a presença da atriz global Nathalia Dill; da especialista em Psicologia e Desenvolvimento Infantil e doutora em Educação pela Ufes Maria Amélia Dalvi; da psicóloga e terapeuta de família Adriana Müller, que também é comentarista da Rádio CBN Vitória; e da jornalista, editora e apresentadora do Boa Noite ES, da TV Gazeta, Daniela Abreu. A mediação foi realizada pela gerente de produto digital de A Gazeta, Elaine Silva;

Durante a conversa, as convidadas compartilharam as experiências da maternidade e falaram sobre como lidam com os filhos quanto ao uso de telas e à exposição da internet. Nathalia Dill conta que sempre tenta buscar um equilíbrio quando se trata de sua filha Eva, de apenas 4 anos. “Eu tento esse equilíbrio sempre, mas não é fácil. Eu estou sempre conversando com o meu marido para a gente estar fazendo algo do qual está de acordo e acredita.”

A atriz afirma que procura deixar o cansaço de lado na hora de tomar decisões sobre o tempo de tela para a filha “É importante não colocar uma regra ou tomar uma atitude sem pensar ou em um momento de exaustão. Isso serve para eu saber que aquela regra foi pensada ou essa atitude foi tomada com base nas coisas em que eu acredito e não com base na minha exaustão”, destaca.

Na hora de escolher o que a filha vai assistir, Nathalia opta por animações adequadas para a idade e dá preferência a vídeos com longa duração. “Na hora de escolher o que ela vai assistir, eu vejo idade, tento ver se esses desenhos são de baixo estímulo e tento colocar desenhos mais longos e não picotados”, explica.

Nathalia também falou sobre conteúdos de maternidade que consome nas redes sociais e destacou que não basta se apegar apenas aos conteúdos curtos da internet. “Eu senti que as informações eram muito picotadas. Eram coisas que eu nunca tinha averiguado. Às vezes, a gente pega uma informação e quer aplicar no dia a dia e não consegue”, detalha.

“Percebi que isso era porque eu não tinha embasamento. Nunca li sobre aquilo e nem tinha parado para estudar. A partir daí, comecei a ler livros de neurocientistas, como ‘O cérebro da criança’ e ‘Disciplina sem drama’, que são dos mesmos autores. Nesses livros, comecei a ver várias coisas que tinha visto em vídeos na internet e entender melhor as coisas.”

Além disso, a atriz conta que, com esse estudo, conseguiu entender que nem sempre vai conseguir ar o que quer para a sua filha e que nem tudo sempre sai como o esperado “O livro diz o que ninguém na internet diz, que é: ‘Às vezes, não vai dar certo’. E isso é maravilhoso. Às vezes, realmente não vai dar certo, mas o ‘não dar certo’ também não significa que não valeu. Porque, se você fizer de novo, com constância, talvez na próxima dê, porque você já iniciou o trabalho lá atrás “, aconselha.

A jornalista, editora e apresentadora do Boa Noite ES, Daniela Abreu, tem 3 filhos, com 24, 18 e 14 anos, e entende que o celular e a internet, além de serem ferramentas e aliados no dia a dia, também aram a ser usados como lazer.

“Eu acho que não dá para a gente ficar fora das tecnologias, porque elas estão aí. As crianças vão precisar das ferramentas na vida delas, na vida profissional, na vida pessoal. A internet não é só trabalho, é lazer também. Ali a gente assiste série, ouve música… está dentro do dia a dia, para além do trabalho”, afirma.

“Eu deixei que as coisas fluíssem sem exagero, sem excesso, mantendo um equilíbrio e mantendo as situações importantes. As refeições em família, a hora de estudar e tal. Mas eu não tenho uma visão assim pessimista dessa da entrada das tecnologias”, acrescenta Daniela.

A apresentadora revela que preza pelos momentos em família em que todos possam se desconectar e ter um momento fora das telas. “Eu tenho realmente uma vida que é ativa e aí o celular me ajuda também bastante porque está tudo ali na minha mão. A gente tem sorte de ter lugares que a gente pode ir e que não tem nem televisão, não tem internet, e a gente realmente dá uma desconectada desse universo. Acha outras coisas para fazer e aprende a se divertir também com outras coisas, além dessa tecnologia”, completa.

A especialista em Psicologia e Desenvolvimento Infantil e doutora em Educação pela Ufes Maria Amélia Dalvi reforça que o tema ainda é novo e que é normal que mães não saibam ao certo como agir em algumas situações. “É comum ficar sem saber como lidar com o inédito.”

Na roda de conversa, Maria Amélia compartilhou que é possível usar a tecnologia a seu favor como uma forma de se aproximar dos filhos. “O meu filho gosta muito de música e cinema. Então, peço para ele me mandar playlists atualizadas para a gente conversar. E também vejo as avaliações de filmes que ele faz em um aplicativo de cinema e falamos sobre esses filmes”, relata a especialista.

Já a gerente de produto digital de A Gazeta, Elaine Silva, é mãe de uma adolescente de 17 anos e explica que o diálogo é a principal aliada na hora de orientar a filha. “Eu nunca fui uma pessoa de muita proibição. Sempre fui uma pessoa de muita conversa com ela. Então, a gente sempre teve o telefone pareado. Eu consigo saber onde ela está. Ela sempre me manda a localização. Agora, sobre a questão da privacidade, eu sei que ela tem grupos privados com os colegas, mas eu tento muito ir pelo diálogo.”

Elaine reforça que os pais devem buscar estar presentes na vida dos filhos e atentos ao que se a em cada fase com o adolescente. “Nem sempre a presença é uma presença real. Então, a gente tem que entender o que é a presença real para esse adolescente. Às vezes, você está do lado, mas não está ali de verdade. Você não está conversando, não está sabendo como é que foi a festa de ontem, quem gosta de quem”, detalha

A jornalista ite que não dá para saber de tudo sempre, mas ressalta que uma boa relação entre as duas faz com que a filha a procure na hora de buscar orientação. “Minha filha conversa muito comigo. Ela traz muitas dúvidas, traz muitos temas para a gente conversar. Mas também sei que ela tem a intimidade dela e que tem coisas que vai conversar provavelmente só com a melhor amiga, e tudo bem”, completa Elaine.

 

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